O bairro ARQUIPÉLAGO de Porto Alegre é formado por 16 ilhas
no delta do Rio Jacuí. Informação desconhecida por uma grande parte da população
de Porto Alegre, assim como o fato de que há muitas famílias habitando essas
ilhas e, diferente do que muitos pensam, não são todos de baixa renda. Há desde
casebres simples a mansões de mais de 8 milhões de reais com lanchas de passeio
nos fundos.
As enchentes causadas especialmente pelo excesso de chuvas
atingiram a todos, indiscriminadamente e a este bairro, mais que a maioria.
Mas, ao contrário daqueles com ótimas condições financeiras, famílias de baixa
renda – além de limites inimagináveis a nós, das “áreas mais secas” da cidade –
ficam em casas alagadas para evitar que sejam saqueadas se forem para um dos
escassos lugares para desabrigados, em meio a outras tantas famílias. Os
pertences ainda secos, objetos como eletrodomésticos – se tiverem tempo – são erguidos
sobre móveis para evitar o prejuízo.
O deficiente sistema de transporte fluvial e rodoviário que
serve aos moradores da região foi obviamente interrompido. Raríssimos veículos
existentes nessas regiões mais humildes podem ser usados – alguns estão
enguiçados dentro d’água, outros que
saíram não podem circular dentro dela. Assim, é óbvia a dificuldade para
deslocamento em busca de água potável, comida, atendimento médico, medicação,
roupas, calçados, fraldas, cobertas, colchões.
Desconhecidas da
maioria da população e cotidianamente ignorados pelo poder público, essas pessoas (idosos, adultos, crianças –
inclusive recém-nascidas) continuam em casa ou acampadas à beira do asfalto das
estradas.
Assim como em diversos lugares do Estado, centenas de
voluntários em Porto Alegre dedicam todo o tempo e recursos disponíveis para
comprar e coletar doações. Grupos de voluntários, ONGs e instituições diversas
organizam mutirões para levar e distribuir doações a famílias atingidas. Esses
mutirões incluem também confecção e distribuição de refeições de forma
comunitária pois muitos não podem usar fogão ou geladeira pelo alagamento e/ou
falta de energia elétrica.
Além de tudo isso, o risco de contaminação por leptospirose, tétano,
hepatite é altíssimo e muitas estão com feridas nos pés em razão da
umidade constante.
Diante de tal quadro parece-me ilógico que alguém ainda tenha
tempo para fazer “caça às bruxas”. A UNIÃO É IMPERATIVA, a participação de
todos urgente! Assim como outros tantos
grupos, a Associação Movimento do Bem – AMOBEM -
CNPJ - 03.918.950/0001-33, à qual me uni como forma mais efetiva de
ajudar pois sozinha conseguia muito pouco, fará novo mutirão no sábado dia 24
de outubro. Toda, absolutamente toda ajuda é importante. Voluntários da área
médica, coletores espalhados pela cidade, empresários, pessoas de toda parte
são necessárias agora. É de VIDA que estamos falando aqui.
Uma das coisas mais bacanas que observei nesses dias foi ver a união de pessoas humildes que chegavam de carona para ajudar "apenas" com sua força de trabalho aos que traziam pranchas amarradas aos carros para transporte de doações e os que chegavam em grandes utilitários, carregando reboques com mantimentos, jet-skys e todo tipo de meio de transporte capaz de enfrentar os alagamentos.
Não há doação pequena demais!
Encontra uma forma de ajudar no teu condomínio, no teu bairro, ollha as pessoas que trabalham contigo e vê quem precisa de ajuda e quem pode ajudar! As pessoas podem ser surpreendentes!
Vem junto ajudar, mesmo que sendo
avisando que podemos buscar um sabonete!
VEM!
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