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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A questão da dublagem II

Anteriormente postei aqui a carta de um dublador à Revista Veja. Agora posto a de seu filho, também profissional de dublagem, com relação ao mesmo tema. Acredito que não tenham sido os únicos.

Olá.

Eu sou o Padro Alcântara, tenho 15 anos, sou dublador desde os sete anos de idade e respeito quem prefere filmes legendados por gostarem mais de ouvir o áudio original das produções, mas não admito quem ofende a dublagem, desmerecendo-a e culpando-a por problemas que não dizem respeito a ela. Diogo Mainardi, ao escrever sua coluna, não percebeu que ao criticar uma pessoa, estava atigindo uma categoria inteira de profissionais. Sei ler desde os quatro anos e já li muitos livros, gibis, etc e nunca tinha lido algo tão imbecil. A dublagem não moldou a forma de falar dos brasileiros, e sim, foi moldada por ele. Ninguém quer ouvir, num filme de romance que se passe numa época comtemporânea o galã falar "Ó, minha bela e formosa donzela, tu és a mais linda". Os dubladores dublam como as pessoas falam, e não o contrário, e mesmo assim, não sabia que falar de maneira coloquial significava falar sem sentido. Pelo que percebi é possível fazer isso de várias maneiras, já que metade do texto do colunista Diogo Mainardi, que está bem formal, não faz o menor sentido. Só quem quer encher a linguiça mistura Dilma Rousseff com dublagem e só alguém bem desinformado considera a morte de Herbert Richers fato mais marcante de 2009 para todas as pessoas, pois muitos ainda choram pela morte de Michael Jackson e muitos outros se divertem com alguém que ficou famoso por dizer: "...Ronaldo! Brilha muito no Corinthians". Também é falta de assunto ofender um grande profissional que tem muitos fãs e que já morreu, como o Newton da Matta e o próprio Sr. Herbert Richers. Esses ajudaram a entreter, emocionar e educar muitos brasileiros que não sabiam ler, não tinham reflexo bom o suficiente, chegavam cansados do trabalho ou simplesmente preferiam assistir o filme do que ler as legendas.

Vou continuar lendo a revista VEJA, mas espero que os colunistas e jornalistas tenham mais bom senso ao demostrarem suas opiniões.

Abraços.

Pedro Alcântara Machado de Vasconcelos

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