De um lado, instituições, movimentos e pessoas que apoiam o
governo federal democraticamente instalado, organizam manifestações pelo país
para, antecipadamente, enfraquecer a manifestação democrática de pessoas e
instituições que querem o encerramento prévio do mandato da presidente.
Manifestações surgidas principalmente por que afinal
começamos a ter ideia do tamanho da corrupção no país – existente desde o Brasil
colônia, uma crise financeira e de valores éticos vêm há tempos abrindo brechas
para movimentos fascistas que aparentam dar alento e esperança a quem é
desprovido de muitos recursos financeiros, é desassistido pelo poder público e ignorado
pelo segmento da população que detém a maior parte das riquezas financeiras do
país.
Terreno fértil, como nos mostra a história da humanidade,
para que estes movimentos surjam, floresçam e possam desencadear um período
sombrio de intolerância estendida a todas as áreas de nossa vida. Já vimos o
que o nazismo foi capaz de fazer na Alemanha ( e outros lugares) inclusive com seus cidadãos que discordavam de
suas ideias. Vemos cotidianamente o que o fundamentalismo dito religioso
executa ao redor do mundo gerando horror, caos, medo, miséria.
Aí o cidadão que está vendo e se horrorizando com estas notícias de militarização de igrejas no Brasil e pensa sentado: ah, mas eu não posso fazer nada se engana e muito. Quem
quiser efetivamente fazer algo não ficará sentado esperando a determinação de como
se portar, vestir e agir. Não se verá obrigado a doar parte de seus rendimentos
obtidos a custo de muito suor para pagar luxos e armas letais de aproveitadores
que usam a ignorância e a fé religiosa em proveito próprio. Esperamos
que MP e PF estejam investigando, mas a questão é: eu quero agir? Quero me manifestar? Quero viver
num mundo pacífico onde, apesar das dificuldades, as pessoas ajudam umas às
outras e respeitam as escolhas alheias?
Segundo o censo de 2010, a população brasileira era de 190
milhões, 732 mil e 64 pessoas. Estimativas atualizam este número para cerca de
200 milhões e 400 mil pessoas. Se um milhão está previsto para marchar em 15 de
março e, digamos, outro tanto em 13 de março com opiniões opostas, significa
que mais de 198 milhões de pessoas não estão se manifestando. Podem concordar
com um lado ou outro mas ainda assim, certamente a maioria de nós ainda prefere
que haja diálogo, justiça e paz.
O que acontece quando eu não manifesto minha vontade? Outros
decidem por mim e então como posso me queixar? É preciso que estas pessoas que
querem viver em paz, com respeito a todos os gostos, credos, cores, gêneros,
orientações demonstrem a vontade do que eu creio ser da maior parte da
população: como seres ditos racionais irmos às ruas, manifestar nosso desejo de
paz, de respeito, tolerância e união. Uma manifestação pacífica, todos de
roupas claras, com faixas e cartazes mas em silêncio, respeitando o espaço de
carros, pedestres, ciclistas, animais.
Eu não sei você, mas eu estarei na rua no dia 14 de março, com algum
cartaz pedindo pela paz.
Um comentário:
as instituições democráticas se corrompem e acabam os populistas, os salvadores da pátria, tomando o poder de mão beijada, com a conivência de uns e apoio de muitos, que deixam de acreditar nas soluções que só a democracia (o pior de todos os sistemas, com exceção de todos os outros) pode dar. um perigo. voltamos em todo o lugar a tempos perigosos.
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