E aí o cara fala: O artista pode levar a vida que quiser, desde que não dependa do dinheiro público para isso. Existe uma diferença abissal entre incentivo à indústria a fim de aquecer a economia e o incentivo à interesse particular de um artista com finalidade cultural questionável.
E a pessoa, mesmo cansada de repetir coisas feito papagaio também cansada de ouvir asneiras, se anima a responder:
.... .... ..... .... .... ....
Vamos afinar os termos para nossa conversa, que
tal?
CULTURA significa todo aquele complexo
que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes
e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não somente em família, como também por fazer
parte de uma sociedade da qual é membro.
ARTE é a atividade
humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por artistas a partir de percepção, emoções e ideias, com o objetivo de estimular esse interesse de
consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de arte possui um
significado único e diferente.
Ou seja, a arte faz parte da cultura de cada
lugar, da forma como somos paridos até como nosso corpo morto é “descartado”.
Norteamericanos consideram horrível nossa cultura de furar as orelhas de
meninas ainda pequenas. Os ciganos consideram pior a perda de um ancião com
toda sua sabedoria que de uma criança que em seguida será substituída por
outra. Nós consideramos terrível a cultura de mulitação de mulheres cortando
seu clitóris na África. Então, depreendo que quando você fala “cultura” está,
na verdade, querendo falar “arte”, certo? De qualquer maneira, a partir da
cultura em que fomos criados podemos gostar ou não de algo, ou como você diz,
considerar “questionável”.
Se usarmos nossos dois exemplos, carros e arte,
eu poderia considerar “questionável” incentivar a cultura automobilística num
país coberto de poluição, com péssimas estradas e design horroroso desses
carros que nos individualizam cada vez mais, onde o trânsito mata (fora
feridos) o equivalente a quase 240 aviões de passageiros por ano e o conceito
de “sucesso” passa pela propriedade de um deles. Agregando o fato estatístico
que essa indústria emprega pouca mais de 120 mil pessoas no país (ok, tem os
empregos indiretos, digamos, 200mil?) e a indústria “cultural” emprega
formalmente cerca de 2 milhões de pessoas (vamos dobrar o número pois o número
de informais é muito maior que os demais, então, cerca de 4 milhões), parece-me
estranho que se possa questionar ARTE a partir de gostos individuais e não se
questione fabricação de carros (tem uns horrorosos! na minha opinião). Qual
indústria emprega mais, colabora mais para girar a roda da economia e,
principalmente, para a formação de cidadãos com capacidade de pensar e formar
opiniões?
Minha humilde opinião. Obrigada por
compartilhar a sua comigo.
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