A moça vendia muita coisa. Sempre com um sorriso.
Mas houve um tempo em que parecia triste.
Ela continuava vendendo coisas, mas o sorriso não andava lá.
De vez em quando ela vendia ingresso para as pessoas
sonharem. Vez ou outra chorar. Rir. Ou chorar de rir.
Um dia, fiquei ao lado dela enquanto vendia ingresso. Ela
não ficou pra ver o que tanta gente pagava pra ver. Fomos embora juntas.
Ela disse que gostava de vender ingresso, pois assim ela
podia nos ver. Que nos achava coloridos. Mais que as outras pessoas. Que dava
pra ver de longe quem chegava pra comprar ingresso.
Retruquei que a gente é mais desleixada.
Não, vocês são mais livres, disse ela sorrindo.
Para Carla, com carinho.
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