Semana cheia.
E a idéia firme de postar algo sobre um espetáculo que vi. Um dos raros casos que merece ser assim chamado, na minha modestíssima e nada abalizada opinião. A segunda vez em SP que me sinto compelida a levantar para aplaudir ainda gritei 'bravi' visto que toda equipe compôs um trabalho à altura do texto sob a batuta firme de Ulisses Cruz.
Não pensem que estava predisposta a gostar apenas pelo fato de gostar da obra de Tennessee Williams. Não a conheço toda, tampouco.
Mais conhecida no Brasil pelo título "À Margem da Vida" (The Glass Menagerie) que teve aqui várias montagens, O ZOOLÓGICO DE VIDRO - em cartaz em São Paulo encanta desde o princípio pela primorosa tradução que traz a essência do trabalho do autor. Depois, a condução da pesquisa sobre toda sua obra, o envolvimento que se percebe na precisão e delicadeza do que é trazido à cena. Precisão da iluminação, cenário, trilha sonora, trabalho dedicado de todos os profissionais envolvidos, nítido no resultado apresentado por um elenco aplicado, que entende que teatro é a arte de toda uma equipe trabalhando junta.
Percebe-se a clareza do rumo que o diretor queria, percebe-se que o cenário está adequado funcionalmente e traz à nossa vista o ambiente em que vivem aqueles personagens. Onde iluminação e trilha sonora pontuam divinamente momentos delicados e noutros, a pontuação se dá pela arte de atores seguros, experientes, guiados por uma direção consciente.
Como atriz, sei que muitas vezes essa 'impressão' de organização, trabalho dedicado, etc é pura fantasia e na verdade tudo pode ter sido meio maluco. Mas não há forma de trazer emoção verdadeira do espectador se a dedicação não é real.
E minhas lágrimas eram reais.
Tive a felicidade de atuar em "Fala Comigo Doce como a Chuva", trabalho que me custou algumas noites de sono, lágrimas de preocupação e outras tantas da personagem.
Emoção real. Pra nós e pra quem via.
Produção bem mais modesta. Nem por isso menos envolvente. E onde recebi o maior retorno (e elogio) profissional da minha vida. Vindo do público!
Mas isso é história.
Não deixe passsar a oportunidade
de ver TEATRO.
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