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sábado, 1 de julho de 2017

A PASSIVIDADE PATÉTICA DE MILHÕES DE PESSOAS

Lembro que há pouco mais de um ano algumas pessoas completamente desorientadas achavam que o Brasil se tornaria algo próximo de uma Venezuela atual.

Pois vejam: pouco diferimos, AGORA, da Venezuela de hoje, já que somos absolutamente ignorados, a impunidade é mais que estarrecedora, pessoas ficam embotadas em frente à televisão, vendo passivamente seus direitos serem vilipendiados sem sequer conseguir acesso digno ao pão e ao circo. Até por que o circo já pegou fogo e os artistas são considerados alguns dos grandes vilões do incêndio.

CORRIJO-ME: nossos vizinhos tem a coragem de ainda ir às ruas gritar por justiça, mesmo agredidos com requintes de crueldade.
Mas, por falta de acesso ao petróleo daquele país, organizações estrangeiras pouco se importam com seu futuro. Talvez até pensem que seja melhor aguardar que todos se matem para vir recolher os despojos.

Sob pretexto de reformar para crescer, no Brasil vemos nossos direitos trabalhistas completamente pisoteados sob as botas de quem ri da nossa trágica submissão. Nosso direito à educação de qualidade açoitado por mudanças cujo único objetivo é manter, como no livro de George Orwell, o poder e a riqueza na mão daqueles que detém o conhecimento. Mesmo quem PAGA pela possibilidade de ter atendimento digno na saúde, sofre com o total descalabro que assola o país em todos os níveis de necessidades e simplesmente NADA acontece.

Em que outro lugar INCONTÁVEIS TRILHÕES são sonegados, desviados, roubados sem que a indignação produza reações concretas e ainda se cogita legalizar esses recursos?

Como não secar por dentro? Como não vergar diante da força da PASSIVIDADE PATÉTICA DE MILHÕES DE PESSOAS que se impõe como uma parede gigantesca contra quem ainda ousa reagir?

Minha voz tem hoje um volume mais baixo. Há poucos meses éramos tão, tão poucos na Praça da Matriz em Porto Alegre, que em determinado momento, disfônica, sequer tinha força para chorar. As lágrimas brotavam desesperadas no silêncio. Recebi abraços de quem eu não conhecia, irmanados que estávamos no desespero e agora, na desesperança.

Limito-me hoje à batalha em campo profissional no intuito egoísta de não me sentir lesada sem luta.

A vergonha que sinto de dizer-me brasileira só não é maior por que meus pais e avós não podem ver o que nos tornamos. Como dizer-me "humana"?

Pouco (e muito!) ainda me mantém aqui. Não sei por quanto tempo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não estás sozinha.