Não, não é sobre o romance nem suas diversas adaptações para cinema e televisão.
É uma divagação sobre a gente. Tu e eu. Nós todos.
É inegável que, sob vários aspectos, estamos nos tornando cada vez mais individualistas, ainda que preguemos o oposto. O que é digno de nota é que este individualismo não traz em si mais força pra seguirmos em frente.
Explico: nos colocamos como centro de tudo, buscamos sucesso pessoal e profissional. É tudo relacionado com o "eu". Eu quero, eu posso, eu faço, eu tenho. Olhando assim, cruamente, imaginamos pessoas autossuficientes capazes de vier e gerir tudo à sua volta sozinhas.
Porém não é assim que acontece, como bem sabemos.
E aí começa algo interessante; uma obviedade, mas que só agora me vem à mente. As pessoas mais individualistas são aquelas que demandam também mais atenção. São as que exigem mais cuidado na forma de serem tratadas. Onde deveria se supor que podem SER sozinhas, há justamente o ponto nevrálgico da sensibilidade.
Se tivesse autoridade para algo do tipo, definiria como a síndrome do filho único. Se eu sou o centro de tudo, como podem me deixar de lado ou me tratar igual aos outros? E estas pessoas tão centradas em seu umbigo são as mais sensíveis, as que mais precisam de atenção e cuidado constante. São aquelas que, ao menor sinal de que alguém pode tratá-las de maneira igual aos outros ou sem a deferência de que se acreditam merecedoras, correm a alardear ao mundo sua vitimização. E muitas delas acreditam que podem
agir livremente em seu individualismo e que o mundo se adapte a elas, afinal,
são o centro de tudo.
Aviso aos navegantes virtuais.
Esse psicologismo não tem qualquer base e quase sempre surge da auto-observação. Ou seja, estou mais que incluída nisso tudo.
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