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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Política ou politicagem

Todo ano de eleição são levantadas questões que há muito estão na legislação brasileira como se fossem "culpa" de determinado governo. Na verdade não se diz, mas como só ganham a luz dos holofotes nessa época ou os 'escaninhos' dos e-mails apócrifos enviados em massa pra desavisados que os repassam com todo seu lixo eletrônico, pouco se reflete sobre isso; como A PRIMEIRA IMPRESSÃO É A QUE FICA, o objetivo foi atingido. Levantar dúvidas, sacudir, incomodar.
Hoje, pela enésima vez recebi o e-mail falando sobre o benefício do auxílio-reclusão.

Isto posto, me dei ao trabalho - meses atrás - de entrar no site da previdência, pesquisar a data da lei e os critérios. Esta Lei é antiga, o projeto existia bem antes do atual governo ser governo e foi aprovada, como tudo no Brasil por um congresso eleito por nós. As datas recentes relacionadas a ela (2008, 2009) referem-se aos valores, ajustes na forma e 'detalhes' posteriores.
Se não olhamos em quem votamos, se não entramos no site do congresso pra acompanhar os projetos de Lei e as pautas de votação, como queremos reclamar quando determinada parte da população luta e consegue fazer Leis que beneficiam determinados setores da desta mesma população?
Escrevi um texto que procurei agora e não achei, onde mais profundamente eu refletia sobre este benefício que é divulgado AGORA como um desmando caído do céu em que afirmava o seguinte:
segundo a Lei, esse benefício é concedido às famílias daqueles que estão em situação de presidiário mas, ASSIM COMO QUALQUER OUTRO CONTRIBUINTE REGULAR DA PREVIDÊNCIA COM X CONTRIBUIÇÕES MÍNIMAS e atenda todos os critérios de quem sofre um acidente, por exemplo, tem o direito de que, ENQUANTO estiver preso, SUA FAMíLIA receba um auxílio para para que possa sobreviver minimamente. Sempre cito um exemplo fictício do cara que se meteu numa briga , esfaqueou outro, foi preso por X tempo. Se ele estava com a previdência em dia, por que sua família deveria ser penalizada junto com ele? Se fez suas contribuições previdenciárias e se encaixa nos critérios da previdência pra ter direito ao benefício, quem somos nós pra negar-lhe isso?
O que é mais fácil, entregar um direito a um cidadão (repito, que atende aos critérios da previdência)pra, pelo menos, dar comida à família como se ele estivesse doente ou, além de albergá-lo num sistema carcerário deficiente e criminalizante ainda joguemos uma família na rua por falta de pagamento do aluguel ou as crianças presas num quarto enquanto a mãe vai fazer faxina na casa de alguém?

A questão toda não é muito mais de educação, geração e distribuição igualitária de renda do que uma Lei que tenta tapar mais um buraco de mazelas que fingimos não ver neste país tão desigual?

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