Pesquisar este blog

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Evoluir com ajuda.


Estamos em constante evolução. Alguns para o bem, outros nem tanto.
Evoluímos como humanos através da história, do conhecimento, mas, principalmente, através da observação e capacidade de empatia.
Ainda vemos muitos homens procurando entender sua identidade como tal, ou entender se precisam ter essa identidade definida. Vivemos um momento em que não cabe mais intolerância e julgamento. Em que se faz necessário estender a mão.
Sinto que é passada a hora de nos reeducar-nos, porém, assim como quando crianças, não faremos isso sozinhos. Sem vitimismo, há muito para aprender sobre abrir mão dos privilégios, sobre ver demais seres humanos exatamente como são: outros seres humanos.
Quando criança, muitas vezes meus pais me chamaram a atenção para uma ou outra ação que, na visão deles, era ruim, e, pelo exemplo e repetição, fui aprendendo seus valores. Em nenhum momento eles incluíram preconceito nesses valores. Mas a sociedade, no cotidiano, acabou deixando suas marcas.
Luto para entender meu papel em várias ações, para reconhecer minhas responsabilidades. Como já contei, fui “tirar satisfações” com a Direção do FORO de Porto Alegre sobre os critérios para escolha de quem poderia entrar com sacola ou não no prédio pois o Álvaro RosaCosta foi obrigado a deixar case com instrumento musical na portaria, atirado no chão, enquanto mulheres de pele mais clara entravam com gigantescas sacolas. Da direção recebi uma resposta protocolar à época, por carta (não havia computadores, menos ainda internet naquele tempo). De uma conhecida de etnia negra uma fala ‘atravessada’ de que não era meu lugar de fala, pois ele não pedira nem precisava da minha ‘ajuda’. Também já disse que hoje reconheço sim, que é meu lugar de fala, de responsabilidade. Não por achar que alguém ‘precisa’ da minha intervenção, mas pelo fato de que não honraria os ensinamentos que tive em casa se não o fizesse.
Os tempos mudam. Se antes se dizia que ninguém deveria se meter em briga de ‘marido e mulher’, hoje se sabe que temos o dever de ajudar sempre que qualquer pessoa precisar.
Tudo que preciso agora é a mesma ajuda que as mulheres precisam dar aos homens de boa vontade: aprender a ver a outra pessoa como ser humano e, por empatia, defendê-la sempre. Acima de tudo, respeitar.
Muitas vezes a ação está perto e não vemos. Não me sinto culpada por não ver, mas adoraria que eventualmente me ajudassem a enxergar. Não nasci sabendo; me esforço, mas posso não ver tudo. Sou apenas humana lutando para reduzir seus defeitos. SEM VITIMISMO.

Nenhum comentário: