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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

“todo poder emana do povo e em seu nome será exercido"

Fica claro que autoridades eleitas e aquelas por elas empossadas são espelho de uma sociedade.
Ao receber olhares debochados quando retirava galhos das calçadas, lembrei o que diferencia o cidadão do mero habitante. Lembrei o que nos diferencia dos japoneses, por exemplo. “Como exigir dos outros, qualidades que ainda não temos”?

No Japão a população se mobiliza para auxiliar na limpeza, reorganização dos espaços públicos a cada evento climático de grandes proporções. E esta sociedade elege seus representantes e cobra deles o planejamento, o treinamento de equipes técnicas e da população para agir com tranquilidade e de forma eficaz com equilíbrio nas contas públicas.

No Brasil, a população acredita que ao delegar poder a uma pessoa que ela mal conhece, fica isenta de qualquer responsabilidade, quando é justamente o contrário. Uma autoridade eleita ou nomeada é tão povo quanto todos os outros. É mais ou menos como o síndico de um condomínio. O patrimônio é de todos. E os condôminos fiscalizam junto seu trabalho.

Obviamente que deve-se ter o cuidado de não mexer em pontos ou materiais que exijam conhecimento técnico, como árvores caídas sobre fios da rede elétrica. Mas ajudar na remoção e limpeza do que for possível, agiliza a liberação de vias públicas, facilitando o acesso das equipes da prefeitura e da distribuidora de energia elétrica.

De outro lado, pelas ações que pudemos ver pela cidade e entrevistas que ouvimos de autoridades e empresas diretamente envolvidas como CEEE e DMAE, fica clara a necessidade de um planejamento mais competente dos responsáveis pelo gabinete especial montado para assistir a população em eventos cada vez mais frequentes de catástrofes climáticas. As equipes da prefeitura não podem simplesmente ‘adivinhar’ onde há necessidade de remoção de entulhos, daí a importância da colaboração dos cidadãos, mas principalmente da existência de “seres pensantes” que possam avaliar previamente os locais afetados para não vermos equipes da prefeitura limpando internamente os parques quando diversas ruas e avenidas continuam bloqueadas. Para isso é necessário contar com o bom senso geral de evitar situações de risco, como caminhar sob árvores em parques. 

Entendido está que todas estas equipes da prefeitura precisam ter equipamento e pessoal qualificado para mover entulho ligado à fiação elétrica, investimentos de grande porte precisam ser feitos e a legislação ser avaliada sob ponto de vista técnico. Alterações que permitam, por exemplo, que técnicos competentes da distribuidora de energia possam realizar o corte de árvores e galhos que estejam totalmente derrubadas. Precisamos avaliar parcerias e planejar gradativamente a instalação subterrânea da rede elétrica pois mesmo com um alto custo inicial a economia seria efetiva a médio prazo. É necessário investimento na pesquisa da adaptação de geradores que funcionem à base de água para autossuficiência da coleta, tratamento e distribuição da água em Porto Alegre.


É nossa responsabilidade oferecer sugestões e auxiliar o planejamento debatendo questões públicas de forma coerente, abdicando da postura inócua de reclamar em redes sociais ou veículos de comunicação.

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