“Uma das coisas de que me lembro da infância é de brincar
muito. Uma das minhas tias era atriz – não atriz famosa, só atriz – e brincar
com ela sempre era diferente. A gente não precisava de quase nada. Um
guarda-chuva rendia horas de brincadeiras e aventuras que vivíamos em cabanas
ou barcos de onde víamos as estrelas, a lua, e a imensidão do mar com suas
baleias e golfinhos que vinham conversar com a gente. Suas mãos conversavam
comigo e entre si, jogando bola, implicando, a direita com a esquerda e
vice-versa. Uma vez elas disputaram o que eu chamei alegremente de ‘nariz de
Patatá’ – um dos palhaços de uma dupla que fazia muito sucesso entre as
crianças da minha idade de então, 3 anos. Minha tia-dinda sempre lembraria
meus olhos brilhando e rindo ao conversar com aquelas mãos tagarelas e minha
tentativa de fazer minhas mãozinhas conversarem.”
Assim gostaria que meu sobrinho-afilhado lembrasse-se de
mim.
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